Porquê que a imunocitoquímica é uma técnica que não pode faltar no seu laboratório?

Células mesoteliais demonstrando imunomarcação com soro primário antí-calretinina (cor castanha), em derrame pleural. 400x

Os métodos imunocitoquímicos/ imuno-histoquímicos são análises com elevada complexidade utilizados em anatomia patológica com o intuito de efetuar a caracterização biológica de lesões neoplásicas e não neoplásicas. Permitem localizar antigénios específicos em células e tecidos, baseado na ligação antigénio-anticorpo. (1,2)

Imunocitoquímica é a aplicação destes métodos em esfregaços, amostras centrifugadas ou de base líquida. O termo imuno-histoquímica é reservado para a aplicação das técnicas em tecidos (inclui citoblocos e coágulos). (1)

Na rotina de histopatologia é impensável um laboratório funcionar sem ter esta técnica otimizada. O mesmo deve acontecer num laboratório de citopatologia, dado que a caracterização das neoplasias apenas baseada em características morfológica é cada vez mais insuficiente.

Na citopatologia a imunocitoquímica permite: (2)

  • Determinar o tipo celular (e.g. linfócito vs célula epitelial);
  • Determinar o tecido de origem da célula (e.g. utilização do fator de transcrição da tiroide 1 [TTF1] numa lesão metastática, para identificar a origem pulmonar ou tireoideia da lesão primária);
  • Subclassificar o tipo de infeção (e.g. utilizando imunomarcação para vírus, como herpes, citomegalovirus);
  • Subclassificar as neoplasias (e.g. nas neoplasias primárias do pulmão, fazer a sua caracterização em adenocarcinoma (TTF1 positivo) ou carcinoma pavimentocelular (p40 positivo);
  • Graduar neoplasias (e.g. com recurso ao Ki 67, marcador de proliferação celular, nas neoplasias neuroendócrinas e mesenquimatosas);
  • Fornecer informação prógnóstica e preditiva do percurso da doença (e.g. ERBB2 no carcinoma da mama).

Dado que parte das respostas aos exames citológicos se baseiam nesta técnica ela deve ser o mais precisa e exata possível, com valores de sensibilidade e especificidade elevados.

Quer otimizar a sua técnica em amostras de citologia? Nos siga nos próximos posts, que o vamos ajudar nessa implementação.

 

Bibliografia

  1. Torlakovic EE, Riddell R, Banerjee D, et al. Canadian Association of Pathologists-Association canadienne des pathologistes National Standards Committee/Immunohistochemistry: best practice recommendations for standardization of immunohistochemistry tests. Am J Clin Pathol. 2010;133(3):354-365. doi:10.1309/AJCPDYZ1XMF4HJWK
  2. Dabbs DJ, ed. Diagnostic Immunohistochemistry : Theranostic and Genomic Applications. 4th ed. Elsevier Saunders; 2014.
 

Imagem: fotografia inédita

 

 

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